Contra a verdade não temos poder algum; temo-lo apenas em prol da verdade. (II Coríntios 13,8)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Aniversário do Grupo Veritas - 2 anos


Salve Maria!
Dia 21 de Dezembro de 2008 o Grupo de Estudo Veritas - Fides et Ratio completou 2 anos de existência. Não poderíamos deixar esse data passar em branco, então vamos relembrar a primeira reunião de estudo do grupo, que foi no dia 21 de Dezembro de 2006, quinta-feira, aproximadamente às 21 horas, na casa de meu Padrinho Edson Mendonça e de nosso amigo Henrique seu filho. Nessa reunião participaram apenas quatro pessoas, eu (Júnio), o Henrique, a Luzia (irmã do Henrique) e o Marcelo. Dessa forma, o grupo iniciou sua existência estudando o início do Catecismo de São Pio X e do primeiro artigo do Credo, como descrito abaixo:
Lição Preliminar
Da Doutrina Cristã e suas partes principais

“Em seguida Barnabé foi para Tarso, à procura de Saulo. Encon­trou-o e o levou para Antioquia. Durante um ano estiveram juntos na­quela igreja e instruíram muita gente. Foi em Antioquia que, pela pri­meira vez, os discípulos foram chamados cristãos.”
At 11, 25-26.


  • Sois cristão?
    Sim, sou cristão pela graça de Deus.
  • Por que dizeis pela graça de Deus?
    Digo: pela graça de Deus, porque o ser cristão é um dom de Deus, inteiramente gra­tuito, que nós não podemos merecer.
  • E quem é verdadeiro cristão?
    Verdadeiro cristão é aquele que é batizado, crê e professa a doutrina cristã e obedece aos legítimos Pastores da Igreja.
  • Que é a Doutrina Cristã?
    A Doutrina Cristã é a doutrina que Jesus Cristo Nosso Senhor nos ensinou, para nos mostrar o caminho da salvação.
  • É necessário aprender a doutrina ensinada por Jesus Cristo?
    Certamente, é necessário aprender a doutrina ensinada por Jesus Cristo, e cometem falta grave aqueles que se descuidam de o fazer.
  • Os pais e patrões estão obrigados a mandar ao catecismo os seus filhos e dependentes?
    Os pais e patrões são obrigados a procurar que seus filhos e dependentes aprendam a Doutrina Cristã; e são culpados diante de Deus, se desprezarem esta obrigação.
  • De quem devemos nós receber e aprender a Dou trina Cristã?
    Devemos receber e aprender a Doutrina Cristã da Santa Igreja Católica.
  • Como é que temos a certeza de que a Doutrina Cristã, que recebemos da Santa Igreja Católica, é verdadeira?
    Temos a certeza de que a Doutrina Cristã, que recebemos da Igreja Católica, é verda­deira, porque Jesus Cristo, autor divino desta doutrina, a confiou por meio aos seus A - póstolos à Igreja Católica, por Ele fundada e constituída Mestra infalível de todos os ho­mens, prometendo-Lhe a sua divina assistência até à consumação dos séculos.
  • Há mais provas da verdade da Doutrina Cristã?
    A verdade da Doutrina Cristã é demonstrada ainda pela santidade eminente de tantos que a professaram e professam, pela heróica fortaleza dos mártires, pela sua rápida e ad­mi rável propagação no mundo, e pela sua plena conservação através de tantos sécu los de muitas e contínuas lutas.
  • Quantas e quais são as partes principais e mais necessárias da Doutrina Cristã?
    As partes principais e mais necessárias da Doutrina Cristã são quatro: o Credo, o Padre-Nosso, os Mandamentos e os Sacramentos.
  • Que nos ensina o Credo?
    O Credo ensina-nos os principais artigos da nossa santa Fé.
  • Que nos ensina o Padre-Nosso?
    O Padre-Nosso ensina-nos tudo o que devemos esperar de Deus, e tudo o que Lhe devemos pedir.
  • Que nos ensinam os Mandamentos?
    Os M andamentos ensinam-nos tudo o que devemos fazer para agradar a Deus; em resumo, amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus.
  • Que nos ensina a doutrina dos Sacramentos?
    A doutrina dos Sacramentos faz-nos conhecer a natureza e o bom uso desses mei­os que Jesus Cristo instituiu Para nos perdoar os pecados, comunicar-nos a sua graça, e infundir e aumentar em nós as virtudes da fé, da esperança e da caridade.
    1. Primeira Parte
      Do Símbolo dos Apóstolos, chamado vulgarmente o Credo

      “A fé é o fundamento do que se espera e a convicção das realida­des que não se vêem. Foi a fé que fez a glória dos antigos. Pela fé sabemos que o universo foi criado pela palavra de Deus, de sorte que do invisível teve origem o visível. Pela fé Abel ofereceu a Deus sacrifício melhor do que Caim e por ela foi declarado justo, tendo Deus aprovado as suas ofe­rendas, e é pela fé que depois de morto Abel continua a falar.”
      Epístola aos hebreus 4, 1-4


      CAPÍTULO I
      Do Credo em geral

    2. Qual é a primeira parte da Doutrina Cristã?
      A primeira parte da Doutrina Cristã é o Símbolo dos Apóstolos, chamado vulgarmente Credo.
    3. Por que chamamos ao Credo Símbolo dos Apóstolos?
      O Credo chama-se Símbolo dos Apóstolos, porque é um compêndio das verdades da Fé, ensinadas pelos Apóstolos.
    4. Quantos artigos tem o Credo?
      O Credo tem treze artigos.
    5. Dizei-os.
      1. Creio em Deus Padre, todo-poderoso, Criador do céu e da terra.
      2. E em Jesus Cristo, um só seu Filho, Nosso Senhor.
      3. O qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem.
      4. Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado.
      5. Desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu doi mortos.
      6. Subiu ao Céu, está sentado à direita de Deus Padre todo-poderoso.
      7. De onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
      8. Creio no Espírito Santo.
      9. Na Santa Igreja Católica.
      10. Na comunhão dos Santos.
      11. Na remissão dos pecados.
      12. Na ressurreição da carne.
      13. Na vida eterna. Amém
    6. Que quer dizer a palavra Credo, eu creio que dizeis no começo do Símbolo?
      A palavra Credo, eu creio quer dizer: eu tenho por absolutamente verdadeiro tudo o que nestes treze artigos se contém; e o creio mais firmemente do que se o visse com os meus olhos, porque Deus, que não pode nem enganar-Se nem enganar-nos, revelou estas verdades à Santa Igreja Católica, e por meio dEla eis revela também a nós.
    7. Que contêm os artigos do Credo?
      Os artigos do Credo contêm tudo o que de mais importante devemos crer acerca de Deus, de Jesus Cristo e da Igreja, sua Esposa.
    8. É muito útil rezar freqüentemente o Credo?
      É utilíssimo rezar freqüentemente o Credo, para imprimirmos cada vez mais no coração as verdades da Fé.

    CAPÍTULO II
    Do primeiro artigo do Credo

    Imediatamente Jesus obrigou os seus discípulos a subir para a barca e a passarem antes dele à outra margem do lago, en quanto ele d es-pedia as turbas, Despedidas as turbas, subiu só a um monte para orar. Quando chegou a noite, achava-se ali . Entretanto, a barca achava-se a muitos estádios da terra e era batida pelas ondas, porque o vento era con­trário. Porém, na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar. E (os discípulos), quando o viram andar sobre o mar, turba­ram-se dizendo : E um fantasma. E, com medo, começaram a gritar. Mas Jesus falou-lhes imediatamente, dizendo: Tende confiança; sou eu, não reinais.
    Respondendo Pedro, disse: Senhor, se és tu, manda-me ir até on
    ­de estás por sobre as águas. Ele disse: Vem. Descendo Pedro da barca, ca­minhava sobre a água para ir a Jesus. Vendo, porém, que o vento era for-te, temeu, e, começando a submergir-se, gritou, dizendo: Senhor, sal­va-me! Imediata mente Jesus estendendo a mão, o tomou e lhe disse: Homem de pouca fé, porque duvidaste? Depois que subi ram para a barca, o vento cessou. Os que estavam na barca aproximaram-se dele e o adora­ram, dizendo: Verdadeiramente tu és o Filho de Deus. (
    Mt 14, 22-33)

    ---

    Dois anos se passaram e como o Gabriel descreveu anteriormente, o Veritas se desenvolveu nesse passar de tempo, mas ainda precisa definitivamente terminar de preparar os seus pilares, para que aí sim, possamos levar, como leigos confiantes, o Depósito Sagrado às pessoas que precisam, inclusive a nós mesmos. De qualquer forma, agradeço em nome do Grupo Veritas, a todos que direta e indiretamente nos ajudaram a permanecer firmes para

    ...aprender, divulgar e defender a doutrina e a história da Igreja através do seu Depósito Sagrado: a Verdade

    Peçamos a Deus que não permita que a chama que fez o grupo surgir e que está em cada um de nós, se apague. E que nossos padroeiros Santo Tomás e Santo Agostinho roguem por todos nós junto a Deus para que Ele nos guie nesse caminho duro e tortuoso e que Ele nos ajude nos nossos próximos estudos e atividades, tudo para Sua Maior Glória.


    Feliz 2009 Ano Novo Cheio de Graças, Amor e Verdade!!!

    À Maria por São Afonso

    À Imaculada e sempre Virgem Maria,

    À cheia de graça,
    À bendita entre todos os filhos de Adão,
    À Pomba, à Rola, a dileta de Deus,
    Honra do gênero humano, delícia da Santíssima Trindade,
    Habitáculo de amor,
    Modelo de humildade,
    Espelho de todas as virtudes.
    Mãe do belo amor,
    Mãe da santa esperança e Mãe de misericórdia,
    Advogada dos desgraçados,
    Amparo dos fracos, Luz dos cegos e saúde dos enfermos,
    Âncora de confiança,
    Cidade de refúgio, Porta do céu,
    Arca da vida, Íris da paz, Porto de salvação,
    Estrela do mar e Mar de doçura,
    Intercessora dos pecadores,
    Esperança dos desesperados, Socorro dos desamparados,
    Consoladora dos aflitos,
    Alívio dos moribundos e Alegria do universo:

    Um afetuoso e amante servo,
    ainda que indigno e vil,
    humildemente dedica esta obra

    quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

    Mensagem de Fim de Ano

    "Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor" (Lc 2,11)



    Queridos irmãos e irmãs,

    O ano de 2008 foi um ano de maior recolhimento e aprofundamento da nossa identidade, da nossa verdadeira missão como leigos católicos. Neste período, nos concentramos apenas na missão proposta para o ano: catequizar. Assim, assumimos turmas de catequese com crianças e adolescentes e turmas de preparação para os sacramentos da Eucaristia e Crisma (este último estamos com uma segunda turma, pois, a primeira já recebeu o sacramento em Setembro/2008) na Paróquia Cristo Libertador.

    Nos meses de Outubro e Novembro tivemos duas novidades: o início de um inédito curso de pós-Crisma (sobre a História da Igreja) e a publicação do nosso primeiro folheto catequético (sobre a Eucaristia e a Transubstanciação).

    Vislumbrando tudo o que fizemos neste ano, com segurança, podemos afirmar que no nosso recolhimento não ficamos inertes, ao contrário, trabalhamos muito mais do que em outras épocas. Sempre influenciando e incentivando as pessoas a mudarem suas vidas por causa da Verdade, por causa de Nosso Senhor.

    Obviamente, acreditamos que todo esse trabalho não seria possível sem a graça de Deus e o auxílio e compreensão dos amigos que nos cercam. Por isso, nesta mensagem, agradecemos a todos aqueles que nos incentivaram em nosso empenho apostólico - seja com apoio moral, espiritual ou material. E rogamos a benção e proteção divinas a todos esses amigos.

    Com o pensamento e a esperança em Cristo, cujo nascimento celebramos no dia de hoje, desejamos a todos os amigos e colaboradores da nossa missão um Feliz Natal e que em 2009 cresçamos ainda mais na Fé e no conhecimento da Verdade.

    Um fraterno abraço em Cristo.


    Manaus, 25 de Dezembro - Solenidade do Natal do Senhor - de 2008.


    Grupo de Estudos Veritas
    (fides et ratio)

    sábado, 20 de dezembro de 2008

    Lauda et laetare : Solta gritos de alegria!

    Sermão de São Tomás de Aquino

    Solta gritos de alegria, regozija-te, filha de Sião.
    Eis que venho residir no meio de ti - oráculo do Senhor. (Zacarias 2, 14)

    Prólogo

    Como diz o bem-aventurado Bernardo: “Refletindo amiúde o ardor desejoso de nossos pais, enquanto esperavam o advento do Cristo Jesus, fico perturbado eu comigo.” Com efeito, quem reflete sob os suspiros daqueles que clamam, sob os desejos daqueles que esperam, sob a alegria daqueles que anunciam a vinda do Salvador, podem com razão se dar conta da tibieza própria em comparação com as benesses já recebidas desde sua vinda. Clamava Isaías por esta vinda com freqüentes gemidos (16, 1): Enviai o cordeiro ao soberano etc.. Também em 63, 19: Oh! Se rasgásseis os céus etc.. Esperava-o Jeremias mui ansiadamente: Eis que o Senhor criou uma coisa nova sobre a terra etc. Como citado mais acima, é com alegria que o anunciava Zacarias.

    Nestas palavras, faz o profeta três coisas: em primeiro lugar, revela neste passo os sentimentos dos santos pais que precederam o advento do Salvador, insistindo continuamente nos louvores: Solta gritos de alegria, regozija-te, filha de Sião. Em segundo lugar, revela que o Filho de Deus verdadeiro descerá do céu: Eis que venho. Em terceiro lugar, mostra [o Salvador] aparecendo humilde na carne humana: Venho residir no meio de ti.

    Primeira Parte
    [A alegria da vinda do Senhor]

    Antes de tudo, revela-se a alegria da vinda [do Salvador], na repetição da palavra “alegria”: alegria perfeita. Acerca disso, é forçoso notar que, para atingir a alegria perfeita, são necessárias três coisas: em primeiro lugar, a elevação da alma até a mercê divina, como indicado neste trecho: Filha de Sião; em segundo lugar, a dilatação do amor como resultado dum gozo espiritual: Regozija-te; em terceiro lugar, o estímulo da língua para tecer os louvores divinos: Solta gritos de alegria! De fato, se tu consideras com atenção os favores divinos, serás pois “filha de Sião”; se exaltado cantas e cumula de louvores e elogios a glória de Deus, conhecerás a alegria perfeita; se dessa consideração nasce o gozo espiritual, então, filha de Sião, regozijarás, conforme a ordem do profeta: Solta gritos de alegria, regozija-te, filha de Sião!

    Em primeiro lugar, para se atingir a alegria perfeita, há de a alma se elevar até a mercê divina, como se indica em Filha de Sião. Com efeito, Sião significa “lugar elevado”, e segundo a interpretação espiritual unânime, a palavra simboliza a alma contemplativa. Passou um homem para anunciar a vinda do Senhor, por sua pregação (Is. 52, 7): Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade! E mais adiante: [é o] que diz a Sião: Teu Deus reina! Merece realmente escutar a pregação aquele que só quer falar “do Cristo e com Cristo”. Assim o Senhor, em Mateus 21, 5, e Zacarias 9, 9: Dizei à filha de Sião, i. é, a alma transida, pela meditação, na contemplação dos favores de Deus: “Eis que teu rei vem a ti!” Dirigi-vos, afirmo eu, aos sequiosos da palavra da alegria de sua vinda, a fim de serem consolados. Isaias 12, 6: Exultai de gozo e alegria, habitantes de Sião, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel. Com efeito, segundo a palavra do bem-aventurado Bernardo: “É dada abundantemente a consolação de Deus aos que não admitem nenhum outro além dele.” Esta são as filhas de Sião, a quem se anunciou e prometeu a visão contemplativa de sua vinda, Zacarias 9, 9: Exulta de alegria, filha de Sião! Cânticos 3, 11: Saí, ó filhas de Sião, contemplai etc.. Saí das perversões do vício, e sede as filhas de Sião, pela contemplação das realidades excelsas, para assim admirardes o rei Salomão, i. é, o Senhor dos Anjos, ostentando o diadema recebido de sua mãe, i. é, segundo a Glosa, “na humanidade recebida da ascendência judia”.

    Em segundo lugar, para alcançar a alegria perfeita, é preciso que se dilate o amor como resultado duma alegria espiritual, o que está apontado neste lugar: Regozija-te!

    Ora, é com justiça que deve exultar a alma fiel, mais ainda, deve transbordar a natureza humana inteira de gozos espirituais abundantes, quando se vê unida à sociedade divina. Com efeito, a natureza humana, que outrora fora um como deserto e terra inóspita em razão da ausência da graça celeste, agora está luxuriante em vegetação, pejada de frutos e flores, desde que o Filho de Deus a assumira na unidade de sua pessoa. Isaias 35, 1-2: O deserto e a terra árida regozijar-se-ão. A estepe vai alegrar-se e florir. Como o lírio ela florirá, exultará de júbilo e gritará de alegria. Em seguida: A glória do Líbano lhe será dada. Mais adiante, em Isaias 62, 4, está escrito: não mais serás chamada a desamparada.

    [A natureza humana deve ainda exultar de gozos espirituais] quando se sente fortificada pelo auxílio dos céus. Outrora, estava marcada a natureza humana inteira com a tristeza, devido à ausência da graça, ao fechamento das portas [do céu], à opressão da antiga prisão. Ora, agora se derramou a graça divina, por que, como consta em Atos 2, 3 e 4: Eles foram cheios do Espírito Santo. Descerrou-se a porta do céu, Apocalipse 4, 1: Vi uma porta aberta no céu. Esmagou-se o poderio do demônio, João 12, 31: Agora será lançado fora o príncipe deste mundo. Apocalipse 12, 10: Foi precipitado o acusador de nossos irmãos, e mais a frente: Por isso alegrai-vos, ó céus, e todos que aí habitais. Predisse-o Isaias 9, 2: Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos.

    Em terceiro lugar, para se alcançar a alegria perfeita, é forçoso o estímulo da língua para a proclamação do louvor divino, o que se indica neste passo: Solta gritos de alegria. Desde então, o conhecimento de Deus é tão agradável à nossa inteligência, quanto é ao nosso amor o transporte do gozo interior. Só nos sobra cantar, por todos os sentidos, o louvor [de Deus]. Eis porque diz o autor: Solta gritos de alegria! A alma fiel tem com que largamente comunicar seus louvores ao Redentor, pois se afirma em Filipenses 4, 7: E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus. De igual modo, no Sirácida 43, 30: Que podemos nós fazer para glorificá-lo? Pois o Todo-poderoso está acima de todas as suas obras.

    Devemos verdadeiramente louvar o poder do Defensor que nos afastou dos perigos, pois que é terrível perigo estar a serviço do demônio e do pecado: isso é de fato como o jugo de Faraó. Romanos 6, 22: Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santidade; e o termo é a vida eterna, cantemos ao Senhor. Êxodo 15, 2: O Senhor é a minha força e o objeto do meu cântico; foi ele quem me salvou. Ele é o meu Deus – eu o celebrarei; o Deus de meu pai – eu o exaltarei.

    [Devemos também louvar] a justiça do Redentor, por que “ao morrer, destruiu a morte”. De fato, a morte expiar a morte era justiça; mas o Cristo expiar a morte era misericórdia, pois que pagou o que não roubara, e isso com justiça soberanamente digna de louvor. Sirácida 16, 22: Os louvores são ditados pela justiça, e Isaias 61, 11: O Senhor Deus fará germinar a justiça e a glória diante de todas as nações.

    [Devemos ainda louvar] a clemência do Salvador, que nos conduziu à vida eterna. Como o disse o Apóstolo aos Colossensses 1, 13: Ele nos arrancou do poder das trevas e nos introduziu no Reino de seu Filho muito amado no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Por isso aquilo de Isaias 44, 23: Céus, regozijai-vos, pois o Senhor agiu [com misericórdia].

    Segunda Parte
    [A vinda do Filho de Deus sob forma visível]

    Em segundo lugar, nas palavras citadas ao início, descreve o profeta a proximidade da vinda [do Cristo], apresentado como se bem próximo estivesse, neste trecho: Eis que venho. Venho, disse ele, de modo visível, com forma humana, em que se revela inaudita novidade: Eis!, disse ele.

    Neste modo de falar, excita o profeta nossa tibieza para ir e compor-se diante dele. Isaias 25, 9: Eis nosso Deus do qual esperamos nossa libertação. Zacarias 9, 9: Eis que vem a ti o teu rei. Mostra assim a novidade dessa vinda, para que o esperemos e sejamos cheios de admiração. Assim canta a Esposa do Cântico 2, 8: - Oh, esta é a voz do meu amado! Ei-lo que aí vem, saltando sobre os montes, pulando sobre as colinas. Isaias 43, 19: Eis que vou fazer obra nova, a qual já surge. Comunica ao entendimento a proximidade [de sua vinda] para que nos disponhamos a recebê-lo. Malaquias 3, 1: E imediatamente virá ao seu templo o Senhor. Daniel 7, 13: Vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu. Neste modo de falar, mostrava-se o Filho de Deus como visível sob a forma da humanidade, ao falar: Eis!

    Ele vem pessoalmente em sua natureza divina, no que revela infinita grandeza, como indica este extrato: [eu] venho. Esta é a pessoa que se exprimiu pela boca dos profetas, Isaias 52, 6: Sou eu quem diz: Eis-me aqui! [É a pessoa] que anuncia a redenção de todos os pecadores, Isaias 63, 1: Sou eu, que luto pela justiça.[É a pessoa] que proclama o julgamento do final dos tempos, Salmo 75 [74], 3: No tempo que fixei, julgarei o justo juízo, e Salmo 37 [36], 30: A sua língua exprime a justiça.

    É de justiça, pois a ele pertence a eternidade, e a existência antes da existência. Exôdo 3, 14: Eu sou aquele que é. Com efeito, ele procede de Deus de modo consubstancial e deste a eternidade, João 8, 42: É dele que eu provenho. Igualmente possui ele poderio infinito, e é o criador de tudo. Isaías 45, 6-7: Eu sou o Senhor, sem rival; formei a luz e criei as trevas. De fato, como o Filho é Deus, princípio gerado do princípio, possui ele junto com o Pai o ser e o poder. Também é dele o conhecimento perfeito, e assim governa todas as coisas, Sirácida 24, 3: Saí da boca do Altíssimo, engendrado antes de toda a criatura. Como ele é luz de luz, claridade da claridade, o Filho é, como o Pai, infinitamente poderoso. João 8, 12: Eu sou a luz do mundo.

    Todavia, “eis que venho, como amigo vestido em hábito de serviço, apesar de minha sublimidade e enorme dignidade”. [Eu] venho é o mesmo que dizer: “Não envio anjo, nem espírito, nem lugar-tenente, mas venho eu mesmo, e assim se revela o maior dos amores.” [Eu] venho, digo eu, por convide dos santos pais: realmente, todos os santos desde o começo do mundo o haviam convidado; eles são representados na figura da bem-amada, Cântico 6, 2: Meu bem-amado desceu a seu jardim, e no último capítulo do Apocalipse 22, 20: Vinde, Senhor Jesus, e também em Isaias, Jeremias e em outros profetas.

    A piedade me conduziu e comoveu desde o fundo do coração. Lucas 1, 78: Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o oriente do alto nos visitou. “Lá mostrou seu poder e sabedoria; aqui, sua misericórdia”, como afirma Bernardo. Ele também se comparece de nossas enfermidades. Mateus 8, 7: Eu irei, e lhe darei saúde. Lucas 19, 10: Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. João 3, 17: Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

    Realmente, porque decaíramos de toda dignidade, ele veio como chefe de infinita dignidade. Josué 5, 14: Eu agora venho como chefe do exército do Senhor. De igual modo, porque estávamos separados do amor de Deus, ele veio estabelecer uma inaudita paz de caridade, Efésios 2, 14: Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um. Ele veio para pregar a paz aos que estavam afastados. E não foi tão-somente o amor do Filho que veio, mas também o do Pai. E por fim, porque estávamos privados da luz ou claridade, ele veio como luz de infinito esplendor, João 12, 46: Eu sou a luz que vim ao mundo.

    Terceira Parte
    [A humildade da vinda do Salvador]

    Em terceiro lugar, nas palavras citadas ao começo, demonstramos a humildade da vinda [do Salvador]. Assim, venho residir no meio de ti, como se dissesse: “Durante a viagem, serei teu companheiro.” Por isso diz: venho residir.

    Ele residiu conosco de três modos: de modo geral, [ele residiu] junto com todos os homens a substância da carne, João 1,14: E o Verbo se fez carne e habitou entre nós; Baruque 3, 38: Foi então que ela, [a sabedoria], apareceu sobre a terra, onde permanece entre os homens; de modo particular, junto com os santos por meio da graça difundida sobre eles, 2 Corintios 6, 16: Eu habitarei e andarei entre eles, e serei o seu Deus e eles serão o meu povo; de modo familiar, junto com os bons por meio da presença visível, Salmo 24, 12: O Senhor se torna íntimo dos que o temem, e lhes manifesta a sua aliança. [Escreve] Bernardo: “Ele veio para habitar com os homens e neles, para iluminar suas trevas, para abreviar seus sofrimentos e afastar os perigos”.

    Veio ele também como mediador da reconciliação: No meio de vós. Lucas 22, 27: Eu estou no meio de vós, como aquele que serve. Ora, ele mediou para reconciliar Deus e o homem. João 2, 26: No meio de vós existe alguém que vós não conheceis. Deuteronômio 5, 5: Eu estava entre o Senhor e vós para transmitir-vos suas palavras.

    Quisera ele ainda nos trazer a plenitude da alegria, João 20, 19-20: Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco!, e mais além: Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. Isaías 12, 6: Exultai de gozo e alegria, habitantes de Sião, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

    Igualmente mostrou-se grande na distribuição das recompensas: Oráculo do Senhor!

    Tradução: Permanência
    (A partir da tradução francesa de Charles Duyck, março de 2005)

    Fonte: Permanência

    Adão e Cristo: do pecado (original) à liberdade

    PAPA BENTO XVI

    AUDIÊNCIA GERAL

    Quarta-feira, 3 de Dezembro de 2008

    São Paulo (15)

    Adão e Cristo: do pecado (original) à liberdade

    Queridos irmãos e irmãs!

    Detemo-nos na catequese de hoje sobre as relações entre Adão e Cristo, traçadas por São Paulo na conhecida página da Carta aos Romanos (5, 12-21), na qual ele entrega à Igreja as orientações essenciais da doutrina sobre o pecado original. Na realidade, já na primeira Carta aos Coríntios, tratando da fé na ressurreição, Paulo tinha introduzido o confronto entre o progenitor e Cristo: "Assim como todos morrem em Adão, assim também, em Cristo, todos serão vivificados... O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente: o último Adão é um espírito vivificante" (1 Cor 15, 22.45). Com Rm 5, 12-21 o confronto entre Cristo e Adão torna-se mais articulado e iluminador: Paulo repercorre a história da salvação de Adão até à Lei e dela até Cristo. No centro do cenário não se encontra tanto Adão com as conseqüências do pecado sobre a humanidade, quanto Jesus Cristo e a graça que, através d'Ele, foi derramada em abundância sobre a humanidade. A repetição do "muito mais" relativo a Cristo ressalta como o dom recebido n'Ele supera, em grande medida, o pecado de Adão e as conseqüências causadas sobre a humanidade, de modo que Paulo pode chegar à conclusão: "Onde, porém, abundou o pecado, superabundou a graça" (Rm 5, 20). Portanto, o confronto que Paulo traça entre Adão e Cristo põe em realce a inferioridade do primeiro homem em relação à prevalência do segundo.

    Por outro lado, é precisamente para pôr em ressalto o dom incomensurável da graça, em Cristo, que Paulo menciona o pecado de Adão: dir-se-ia que se não tivesse sido para demonstrar a centralidade da graça, ele não teria demorado a tratar o pecado que, "por causa de um só homem, entrou no mundo e, com o pecado, a morte" (Rm 5, 12). Por isso, se na fé da Igreja maturou a consciência do dogma do pecado original foi porque ele está relacionado inseparavelmente com o outro dogma, o da salvação e da liberdade em Cristo. A conseqüência disto é que nunca deveríamos tratar o pecado de Adão e da humanidade separando-os do contexto salvífico, isto é, sem os incluir no horizonte da justificação em Cristo.

    Mas como homens de hoje devemos perguntar-nos: o que é este pecado original? O que ensina São Paulo, o que ensina a Igreja? Ainda hoje se pode afirmar esta doutrina? Muitos pensam que, à luz da história da evolução, já não haveria lugar para a doutrina de um primeiro pecado, que depois se teria difundido em toda a história da humanidade. E, por conseguinte, também a questão da Redenção e do Redentor perderia o seu fundamento. Portanto, existe ou não o pecado original? Para poder responder devemos distinguir dois aspectos da doutrina sobre o pecado original. Existe um aspecto empírico, isto é, realidade concreta, visível, diria tangível para todos. E um aspecto mistérico, relativo ao fundamento ontológico deste facto. O dado empírico é que existe uma contradição no nosso ser. Por um lado, cada homem sabe que deve fazer o bem e intimamente até o quer fazer. Mas, ao mesmo tempo, sente também o outro impulso para fazer o contrário, para seguir o caminho do egoísmo, da violência, para fazer só o que lhe apraz, mesmo sabendo que assim age contra o bem, contra Deus e contra o próximo. São Paulo na sua Carta aos Romanos expressou esta contradição no nosso ser assim: "Quero o bem, que está ao meu alcance, mas realizá-lo não. Efectivamente, o bem que quero, não o faço, mas o mal que não quero é que pratico" (7, 18-19). Esta contradição interior do nosso ser não é uma teoria. Cada um de nós a vive todos os dias. E sobretudo vemos sempre em nossa volta a prevalência desta segunda vontade. É suficiente pensar nas notícias quotidianas sobre injustiças, violência, mentira, luxúria. Vemo-lo todos os dias: é uma realidade.

    Como conseqüência deste poder do mal nas nossas almas, desenvolveu-se na história um rio impuro, que envenena a geografia da história humana. O grande pensador francês Blaise Pascal falou de uma "segunda natureza", que se sobrepõe à nossa natureza originária, boa. Esta "segunda natureza" faz sobressair o mal como normal para o homem. Assim também a expressão habitual: "Isto é humano" pode querer dizer: este homem é bom, realmente age como deveria agir um homem. Mas "isto é humano" também pode significar falsidade: o mal é normal, é humano. O mal parece ter-se tornado uma segunda natureza. Esta contradição do ser humano, da nossa história deve provocar, e provoca também hoje, o desejo de redenção. E, na realidade, o desejo que o mundo seja mudado e a promessa que será criado um mundo de justiça, de paz, de bem, está presente em toda a parte: na política, por exemplo, todos falam desta necessidade de mudar o mundo, de criar um mundo mais justo. É precisamente esta a expressão do desejo que haja uma libertação da contradição que experimentamos em nós próprios.

    Por conseguinte, o facto do poder do mal no coração humano e na história humana é inegável. A questão é: como se explica este mal? Na história do pensamento, prescindindo da fé cristã, existe um modelo principal de explicação, com diversas variações. Este modelo diz: o próprio ser é contraditório, tem em si quer o bem quer o mal. Na antiguidade esta idéia incluía a opinião que existiam dois princípios igualmente originários: um princípio bom e um princípio mau. Este dualismo seria insuperável; os dois princípios estão no mesmo nível, por isso haverá sempre, desde a origem do ser, esta contradição. A contradição do nosso ser, portanto, reflectiria apenas, por assim dizer, a contrariedade dos dois princípios divinos. Na versão evolucionista, ateia, do mundo volta de maneira nova a mesma visão. Mesmo se, nesta concepção, a visão do ser é monista, supõe-se que o ser como tal desde o início tenha em si o mal e o bem. O próprio ser não é simplesmente bom, mas aberto ao bem e ao mal. O mal é igualmente originário como o bem. E a história humana desenvolveria apenas o modelo já presente em toda a evolução precedente. Aquilo a que os cristãos chamam pecado original na realidade seria apenas o carácter misto do ser, uma mistura de bem e de mal que, segundo esta teoria, pertenceria à própria capacidade do ser. No fundo, trata-se de uma visão desesperada: se assim é, o mal é invencível. No final conta unicamente o próprio interesse. E cada progresso deveria ser necessariamente pago com um rio de mal e quem quisesse servir o progresso deveria aceitar pagar este preço. No fundo, a política é delineada precisamente sobre estas premissas: e vemos os seus efeitos. Este pensamento moderno pode, no final, criar tristeza e cinismo.

    E assim perguntamos de novo: o que diz a fé, testemunhada por São Paulo? Como primeiro ponto, ela confirma o facto da competição entre as duas naturezas, o facto deste mal cuja sombra pesa sobre toda a criação. Ouvimos o capítulo 7 da Carta aos Romanos, poderíamos acrescentar o capítulo 8. O mal simplesmente existe. Como explicação, em contraste com os dualismos e os monismos que consideramos brevemente e que achamos desoladores, a fé diz-nos: existem dois mistérios de luz e um mistério de trevas, que contudo está envolvido pelos mistérios de luz. O primeiro mistério de luz é este: a fé diz-nos que não existem dois princípios, um bom e um mau, mas há um só princípio, o Deus criador, e este princípio é bom, só bom, sem sombra de mal. E por isso também o ser não é uma mistura de bem e mal; o ser como tal é bom e por isso é bom ser, é bom viver. É esta a boa nova da fé: há apenas uma fonte boa, o Criador. E por isso viver é um bem, é bom ser um homem, uma mulher, a vida é boa. Depois segue-se um mistério de escuridão, de trevas. O mal não provém da fonte do próprio ser, não tem a mesma origem. O mal vem de uma liberdade criada, de uma liberdade abusada.

    Como foi possível, como aconteceu? Isto permanece obscuro. O mal não é lógico. Só Deus e o bem são lógicos, são luz. O mal permanece misterioso. Apresentámo-lo com grandes imagens, como faz o capítulo 3 do Génesis, com aquela visão das duas árvores, da serpente, do homem pecador. Uma grande imagem que nos faz adivinhar, mas não pode explicar quanto é em si mesmo ilógico. Podemos adivinhar, não explicar; nem sequer o podemos contar como um facto ao lado do outro, porque é uma realidade mais profunda. Permanece um mistério de escuridão, de trevas. Mas acrescenta-se imediatamente um mistério de luz. O mal vem de uma fonte subordinada. Deus com a sua luz é mais forte. E por isso o mal pode ser superado. Portanto a criatura, o homem, é curável. As visões dualistas, também o monismo do evolucionismo, não podem dizer que o homem é curável; mas se o mal só vem de uma fonte subordinada, é uma verdade que o homem é curável. E o livro da Sabedoria diz: "São salutares as criaturas do mundo" (1, 14 vulg). E finalmente, último aspecto, o homem não é só curável, de facto está curado. Deus introduziu a cura. Entrou pessoalmente na história. Opôs à fonte permanente do mal uma fonte de bem puro. Cristo crucificado e ressuscitado, novo Adão, opõe ao rio impuro do mal um rio de luz. E este rio está presente na história: vejamos os santos, os grandes santos mas também os santos humildes, os simples fiéis. Vemos que o rio de luz que provém de Cristo está presente, é forte.

    Irmãos e irmãs, é tempo de Advento. Na linguagem da Igreja a palavra Advento tem dois significados: presença e expectativa. Presença: a luz está presente, Cristo é o novo Adão, está connosco e no meio de nós. Já resplandece a luz e devemos abrir os olhos do coração para ver a luz e para nos introduzirmos no rio da luz. Estar sobretudo gratos pelo facto de que o próprio Deus entrou na história como nova fonte de bem. Mas Advento significa também expectativa. A noite escura do mal ainda é forte. E por isso rezemos no Advento com o antigo povo de Deus: "Rorate caeli desuper". E rezemos com insistência: vem Jesus, dá força à luz e ao bem; vem onde dominam a mentira, a ignorância de Deus, a violência, a injustiça, vem, Senhor Jesus, dá força ao bem no mundo e ajuda-nos a ser portadores da tua luz, artífices da paz, testemunhas da verdade. Vem Senhor Jesus!

    Fonte: Vaticano

    sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

    Festa de Nossa Senhora de Guadalupe

    Festa de Nossa Senhora de Guadalupe

    12 do dezembro

    Um sábado de 1531 a princípios de dezembro, um índio chamado Juan Diego, ia muito de madrugada do povo em que residia à cidade do México a assistir a suas aulas de catecismo e para ouvir a Santa Missa. Ao chegar junto à colina chamada Tepeyac amanhecia e escutou uma voz que o chamava por seu nome.

    Ele subiu ao cume e viu uma Senhora de sobre-humana beleza, cujo vestido era brilhante como o sol, a qual com palavras muito amáveis e atentas lhe disse: "Juanito: o menor de meus filhos, eu sou a sempre Virgem Maria, Mãe do verdadeiro Deus, por quem se vive. Desejo vivamente que me construa aqui um templo, para nele mostrar e prodigalizar todo meu amor, compaixão, auxílio e defesa a todos os moradores desta terra e a todos os que me invoquem e em Mim confiem. Vá ao Senhor Bispo e lhe diga que desejo um templo neste plano. Anda e ponha nisso todo seu esforço".

    Retornou a seu povo Juan Diego se encontrou de novo com a Virgem Maria e lhe explicou o ocorrido. A Virgem lhe pediu que ao dia seguinte fora novamente falar com o bispo e lhe repetisse a mensagem. Esta vez o bispo, logo depois de ouvir Juan Diego disse que devia ir e lhe dizer à Senhora que lhe desse alguma sinal que provasse que era a Mãe de Deus e que era sua vontade que lhe construíra um templo.

    De volta, Juan Diego achou Maria e lhe narrou os fatos. A Virgem lhe mandou que voltasse para dia seguinte ao mesmo lugar, pois ali lhe daria o sinal. Ao dia seguinte Juan Diego não pôde voltar para colina, pois seu tio Juan Bernardino estava muito doente. A madrugada de 12 de dezembro Juan Diego partiu a toda pressa para conseguir um sacerdote a seu tio, pois se estava morrendo. Ao chegar ao lugar por onde devia encontrar-se com a Senhora preferiu tomar outro caminho para evitá-la. de repente Maria saiu a seu encontro e lhe perguntou aonde ia. O índio envergonhado lhe explicou o que ocorria. A Virgem disse a Juan Diego que não se preocupasse, que seu tio não morreria e que já estava são. Então o índio lhe pediu o sinal que devia levar a bispo. Maria lhe disse que subisse ao cume da colina onde achou rosas de Castela frescas e colocando-as no poncho, cortou quantas pôde e as levou a bispo.

    Uma vez diante de Dom Zumárraga Juan Diego desdobrou sua manta, caíram ao chão as rosas e no poncho estava pintada com o que hoje se conhece como a imagem da Virgem de Guadalupe. Vendo isto, o bispo levou a imagem Santa à Igreja Maior e edificou uma ermida no lugar que tinha famoso o índio.

    Pio X a proclamou como "Padroeira de toda a América Latina", Pio XI de todas as "Américas", Pio XII a chamou "Imperatriz das Américas" e João XXIII "A Missionária Celeste do Novo Mundo" e "a Mãe das Américas".

    A imagem da Virgem de Guadalupe se venera no México com maior devoção, e os milagres obtidos pelos que rezam à Virgem de Guadalupe são extraordinários.

    Fonte: http://www.acidigital.com/santos/santo.php?n=353

    -----------------------

    Um interessante artigo sobre as análises científicas feitas sobre a imagem de Guadalupe pode ser encontrado em:

    Centro Latino-americano de Parapsicologia

    quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

    Orações do Cristão



    Esta disponível no Arquivo Veritas um pequeno compêndio chamado Orações do Cristão.

    Neste compêndio, estão disponíveis as orações fundamentais que o cristão deve saber e rezar, como: Creio, Pai-Nosso, Ave-Maria, Salva Rainha, Glória ao Pai, ao Anjo da Guarda, Ato de Fé, Ato de Esperança, Ato de Caridade, entre outras. O compêndio trás também os mandamentos de Deus e da Igreja, os Sacramentos, preparação para a Penitência que são catequeses básicas também fundamentais para o cristão.

    Baixe, salve e o imprima e não deixa de rezar.

    Ad Majorem Dei Gloriam

    Novos E-books

    Estão disponíveis para download os novos e-books no Arquivo Veritas:
    1. Santo Sudário: a impossibilidade de falsificação - de Mário Moroni e Francesco Barbesino;
    2. Luz sobre a Idade Média - de Régine Pernoud;
    3. Ortodoxia - de G. K. Chesterton;
    4. Preparação para a Morte - de Santo Afonso Maria de Ligório.
    Boa leitura!

    Seja Bem-Vindo(a) ao Blog do Grupo de Estudo Veritas !

    Contra a verdade não temos poder algum; temo-lo apenas em prol da verdade.(II Coríntios 13,8)